Prazerosa pele que
reveste
Filtra
Arrepia aos toques da temperatura
E das mãos .
Prazeroso corpo que responde ao cérebro nos movimentos.
Corpo , sagrado corpo.
Entrega-o ao amor.
Não é bem da cachaça que escreve a poeta
Apaixonadas se encontram após enchente.
Enquanto uma se debatia ,tentando nadar , a outra boiava no nível da água , segurando no sofá afundado na enorme correnteza.
Passaram horas sobrevivendo ao frio e ao medo.
O bombeiro localizou as duas. Foram resgatadas.
Agora , vivem abraçadas , em torno da lareira de folhas de jornal.
À tarde
Dá vontade
De comer.
À tarde dá vontade
De amanhecer.
À tarde dá vontade de ser uma coisinha lá no céu
Uma coisinha , rastro de estrela
E só voltar a mim
Quando puder vê-la !