A princípio, foi um horror geral, a pane, o medo de por o pé na rua e dar de cara com alguém espirrando no seu rosto, ruim de eu pegar esse troço, ficar sem ar, não saio de casa pra nada.
Tudo delivery e pasmem: no meu modesto bairro, há a incrível facilidade desses serviços, que maravilha, tudo em casa.
Certamente devo ter sido a moradora mais paramentada, máscaras descartáveis, luvas descartáveis, touca para a cabeça , pro-pés e protetor de olhos: óculos de peão de obra, mesmo. Essa coisa não me pega.
Um mês, dois meses, amigas on line, tudo virtual, contato humano nem fodendo. Claro, muito menos fodendo. A casa entorpecida de álcool.
O vírus bem que podia morrer com éter e a gente entrava num barato de lança perfume.
Três meses, quatro meses. Cara, você não sai, não gasta. Não consome , não compra.
Pela primeira vez no meu histórico bancário, o cartão de crédito está me devendo 60 reais.
Uma Operadora me presenteou com 6 meses de mensalidade, o que pagou 2 continhas chués e ainda sobrou.
Um comentário:
Gosto desse seu humor e seu jeito de narrar os simples fatos do dia dia. De corriqueiro passam a ser poesia.
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