Eu me abrigava na rede . Sentia tanta proteção,ali,enrolada naquele tecido forte e xadrez.
Não havia frio,nem calor. Havia aconchego,esconderijo. Dias em que eu fugia do mundo.
Noites em que eu acreditava no amor.
O amor me salvaria,sustentaria e traria a felicidade para mim.
E a rede entendia o meu coração.Indo e vindo.
O balanço me jogava aos braços de Beatriz e Jacques Brel.
Não me deixes mais. O Remy Martin e o Pacco Rabane impregnavam,delicadamente os pontos do nosso tecido.
Não precisava de mais nada naquela casa. Os meus sonhos ocupavam todos os cômodos,esplendidamente vazios. Minha rede,meu reino forte. Meu amor até a morte.
Neusa Doretto
2 comentários:
"Ne me quitte pas...". Nem poderia, pois eis que tu escreveu um poema que não se deixa. Absolutamente perfeito. Muito obrigado pela emoção que tu me deu. Bjs.
Sensibilidade e agudez. Me sinto embalando. Bj
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